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Efeitos Adversos de produtos para tratamento de pele

Problemas na pele como Hipercromia (manchas escuras, excesso de melanina), Hipocromia (manchas claras, ausência de melanina), acnes, sardas, etc. não são incomuns e podem surgir devido a diversos fatores como, por exemplo, exposição diária ao sol, não uso de protetor solar, melasma na gravidez, desbalanceamento hormonal, insônia, má alimentação, dentre muitos outros. Por esse motivo procuram ajuda de profissionais adequados para cada caso.


O que muitos não sabem é que por trás de tratamentos que objetivam uma pele perfeita, há diversos efeitos colaterais, muitos dos quais indesejáveis. Dados os grandes riscos de se ter problemas sérios por consequência do uso alguns medicamentos bem comuns, não se deve confiar plenamente nas indicações dermatológicas.


Hidroquinona

A Hidroquinona é um ativo inibidor da tirosinase (enzima fundamental na síntese de melanina), muito potente e eficaz e, por esse motivo, amplamente utilizada para tratamentos das hipercromias (manchas). No entanto, ela é o produto da biotransformação do benzeno, substância altamente tóxica e que possui muitos efeitos adversos.


A primeira publicação relatando os efeitos tóxicos da Hidroquinona como agente clareador da pele foi em 1936. Desde 2001 é proibida nos EUA e na Europa como ingrediente em cosméticos. No Brasil ainda é amplamente utilizada como despigmentante, seja em produtos manipulados ou de grandes indústrias.


Uma vez em contato com a pele, a hidroquinona é absorvida imediatamente pelos capilares sanguíneos e leva em média setenta e duas horas para ser totalmente excretada pelo organismo. Como a sua utilização é feita geralmente uma vez ao dia, resulta-se em um acúmulo da substância no organismo, que, por tempo prolongado, pode gerar diversos danos, uma vez que, além de agir como inibidora da tirosinase, ela é citotóxica.


Um dos seus efeitos adversos mais preocupantes é a acromia, ou seja, morte dos melanócitos de uma determinada região da pele causando sua total perda de coloração. Cada melanócito é responsável por produzir e distribuir melanina para uma média de trinta e seis queratinócitos, que formam uma unidade epidermomelânica. As acromias podem gerar danos graves ao tecido, já que na região afetada não há mais unidades epidermomelânicas funcionais e, consequentemente, não há mais a proteção da melanina sobre o núcleo celular dos queratinócitos, expondo o DNA e RNA às ações nocivas da radiação, que incluem mutações e os tão temidos melanomas.


A hidroquinona no Brasil, é liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que, no entanto, também estuda restringir seu uso. Por enquanto, a concentração máxima permitida em dermocosméticos é de 2% e nos produtos manipulados, pode se chegar até 4%.

Acromia na região facial

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São ainda efeitos adversos comprovados em seres humanos:

  • Ocronose exógena;

  • Degeneração de fibras de colágeno da derme;

  • Despigmentação em confete;

  • Dermatites;

  • Pigmentação da esclera e unhas;

  • Diminuição da capacidade de cicatrização da pele;

  • Catarata.

Isotretinoína

A isotretinoína é indicada para o tratamento de formas graves de acne (nódulo-cística e conglobata ou acne com risco de cicatrizes permanentes) e de quadros de acne resistentes a tratamentos anteriores (antibióticos sistêmicos e medicamentos de uso tópico)

Acne de grau III, IV

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A isotretinoína é uma substância derivada da vitamina A e a melhora clínica da acne grave está associada à diminuição da atividade e à redução do tamanho das glândulas produtoras de sebo. O tempo médio de início da ação farmacológica com resultado clínico é variável, mas estimado entre 8 e 16 semanas.

A Isotretinoína é teratogênica, isto é, pode ocasionar graves defeitos físicos ao feto (envolvendo, em particular, o sistema nervoso central, o coração e os grandes vasos sanguíneos), quando a gestação ocorre durante o seu uso ou até mesmo um mês após a interrupção do tratamento, independentemente da quantidade de medicação ou do tempo de tratamento. Somado a isso, há também risco elevado de aborto espontâneo e, por isso, a isotretinoína não deve ser tomada por mulheres grávidas ou que possam engravidar. Outros efeitos adversos do uso de Isotretinoína incluem:

  • Distúrbios do fígado e vesícula biliar;

  • Metabolismo lipídico;

  • Distúrbios Psiquiátricos;

  • Distúrbios do musculoesquelético e tecido conectivo;

  • Distúrbios do Sangue;

  • Distúrbios do tecido cutâneo e subcutâneo;

  • Distúrbios visuais;

  • Hipertensão intracraniana benigna;

  • Distúrbio gastrintestinal;

  • Reações alérgicas.

A Anvisa divulgou comunicado direcionado aos médicos, reiterando o alerta sobre a prescrição de medicamentos à base de isotretinoína. Embora o risco de provocar anomalias fetais já esteja bem descrito e estabelecido, a agência identificou a necessidade de enfatizar a importância da transmissão das informações aos pacientes e da verificação da rigorosa adesão às medidas contraceptivas durante o uso da substância. Os prescritores devem certificar-se de que seus pacientes compreendam os riscos, inclusive os teratogênicos, e estejam comprometidos a aderir às instruções estritas de uso do medicamento.

A Agência ainda solicita aos profissionais de saúde que notifiquem a ocorrência de reações adversas relacionadas ao uso de medicamentos por meio do NOTIVISA – Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária.






Fontes:

http://www.negocioestetica.com.br/efeitos-adversos-causados-pelo-uso-topico-da-hidroquinona/

http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=5401192015&pIdAnexo=2691058

http://saudejur.com.br/isotretinoina-anvisa-reitera-atencao-na-prescricao-e-acompanhamento-de-pacientes/


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